19.10.10

A Ascensão do Sacrifício - 2 (Parte 5)

Síntese da Yoga
Capítulo VI
A Yoga dos Trabalhos Divinos: A Ascensão do Sacrifício.
Parte 5


Comentários
• A Yoga Integral busca transformar o mundo e não abandoná-lo.
• O abandono do trabalho aceito como etapa de crescimento, mas não como um fim.
• Tudo em nossa natureza deve ser elevado a uma altura espiritual.
• O que fazer com o que precisa ser transformado?
• A Força divina é capaz de a cada momento decidir o que tem ou não de ser feito.
• Duas regras de ouro que pode nos livras de dificuldades e evitar perigos na busca de transformar nossa natureza humana.


[As atividades comuns da vida e seu lugar na Yoga]
A natureza da Yoga integral assim concebida, assim condicionada, evoluindo por meios espirituais, volta-se para esta transformação integral da natureza, determina por si só a sua resposta para a questão das atividades comuns da vida e seu lugar na Yoga.

[O ABANDONO DA VIDA NÃO PODE SER TIDO COMO REGRA DA YOGA INTEGRAL]
Não existe e não pode existir aqui qualquer abandono ascético, contemplativo ou místico do trabalho e da vida por completo, qualquer evangelho de uma absorvida meditação e inatividade, qualquer corte ou condenação da Força Vital e suas atividades, qualquer recusa na manifestação da natureza terrena. Pode ser necessário para o buscador em qualquer período retirar-se para dentro de si mesmo, manter-se mergulhado em seu ser interior, para impedir a entrada do barulho e da agitação da vida da Ignorância até que uma certa mudança interior tenha sido realizada ou algo alcançado sem o qual uma ação mais efetiva na vida tornou-se difícil ou impossível. Mas isso só pode ser um período ou um episódio, uma necessidade temporária ou de uma manobra de preparação espiritual; não pode ser a regra da sua Yoga ou o seu princípio.

[COMO OUVIR O COMANDO DO GUIA INTERIOR DA YOGA]
A divisão das atividades da existência humana em uma religião ou em uma base ética ou os dois juntos, uma restrição somente às obras do culto ou para as obras de filantropia e beneficência só seria contrária ao espírito da Yoga integral. Qualquer mera regra mental ou mera aceitação ou repúdio mental é alheio ao propósito e método de sua disciplina. Tudo deve ser dirigido a uma altura espiritual e colocado sobre uma base espiritual; a presença de uma mudança espiritual interior e uma transformação externa deve ser aplicada sobre toda a vida e não apenas em uma parte da vida; tudo que é útil para esta mudança ou a admite deve ser aceito, tudo que é incapaz ou inapto ou se recusar a se submeter ao movimento de transformação deve ser rejeitado. Não deve haver nenhum apego a qualquer tipo de coisas ou da vida, qualquer objeto, qualquer atividade; tudo deve ser renunciado se necessário, tudo deve ser admitido se o Divino escolhe como seu material para a vida divina. Mas o que aceita ou rejeita não deve ser a mente, nem será o desejo vital aberto ou camuflado, nem o senso ético, mas a insistência do ser psíquico, o comando do Guia Divino da Yoga, a visão do Eu Superior ou o Espírito, a iluminada orientação do Mestre. O caminho do espírito não é um caminho mental; uma regra mental ou consciência mental não pode ser a sua causa determinante ou seu líder.

[UMA FORÇA DIVINA COMO RESPONSÁVEL PELA TRANSFORMAÇÃO DE NOSSA NATUREZA]
Do mesmo modo, uma combinação ou um compromisso entre duas ordens da consciência, o espiritual e o mental ou o espiritual e o vital ou uma mera sublimação de dentro da Vida exteriormente inalterada não pode ser a lei ou o objetivo da Yoga. Toda a vida deve ser retomada, mas toda a vida deve ser transformada; tudo deve tornar-se uma parte, uma forma, uma expressão adequada de um ser espiritual na natureza supramental. Esse é o movimento de elevação e coroamento de uma evolução espiritual no mundo material, e como a mudança do animal vital para o homem mental fez da vida completamente outra coisa em sua consciência, escopo e significância básica, assim essas mudanças do materializado ser mental para o ser espiritual e supramental usando e não sendo dominado pela matéria deve retomar a vida e fazê-la completamente outra coisa que os erros, imperfeições e limites humanos, inteiramente diferente em sua consciência, escopo e significância básica. Todas as formas de atividade da vida que não podem suportar as mudanças devem desaparecer, tudo o que possa suportá-la irá sobreviver e entrar no reino do espírito. A Força divina está no trabalho e vai escolher a cada momento o que tem de ser feito ou não tem que ser feito, o que tem que ser momentaneamente ou permanentemente tomado, momentaneamente ou permanentemente abandonado. Para prever que nós não a substituiremos pelo nosso desejo ou nosso ego a alma deve estar sempre acordada, sempre alerta, sempre em guarda, viva para a orientação divina, resistente ao enganoso não-divino de dentro ou de fora de nós, essa Força é suficiente e sozinha competente e ela vai nos guiar para a realização por caminhos e por meios muito amplos, muito interiores, muito complexos para a mente a seguir, muito menos para decretar. É um caminho árduo, difícil e perigoso, mas não há nenhum outro.

[DUAS REGRAS PARA AJUDAR A NÃO NOS PERDERMOS EM NOSSA CAMINHADA E ALGUNS ALERTAS]
Duas regras sozinhas irão diminuir a dificuldade e evitar o perigo. É preciso rejeitar tudo o que vem do ego, do desejo vital, da mera mente e seu presunçoso raciocínio incompetente e todos os que auxiliam para esses agentes da Ignorância. É preciso aprender a ouvir e seguir a voz interna da alma, a direção do Guru, o comando do Mestre, o trabalho da Mãe Divina. Quem se apega aos desejos e fraquezas da carne, os desejos e as paixões do ser vital em sua ignorância turbulenta, os ditames de sua mente pessoal inquieta e não iluminada por um maior conhecimento, não pode encontrar a verdadeira lei interior e está acumulando obstáculos no caminho da realização divina. Quem é capaz de detectar e renunciar a esses processos obscuros e discernir e seguir o verdadeiro Guia interior e exterior vai descobrir a lei espiritual e alcançar a meta da Yoga.

Uma mudança radical e total da consciência não é apenas o sentido completo, em uma crescente força e por estágios progressivos, mas todo o método da Yoga integral.


Retirado do livro: Synthesis of Yoga
Capítulo: The Yoga of Divine Works: The Ascent of the Sacrifice - 2.
pag. 185


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